Dicas práticas: Responsabilidade ética, civil e criminal do médico
- Ronaldo Fagundes Advogado
- 27 de mar. de 2024
- 4 min de leitura

1. Compreendendo a complexa teia do erro médico:
O erro médico, uma realidade multifacetada no universo da saúde, pode ser definido como a falha na conduta profissional, seja por negligência, imprudência ou imperícia, que gera dano ao paciente. É crucial salientar que a simples ocorrência de um resultado adverso não configura, por si só, um erro médico. Para tal caracterização, um exame minucioso do caso concreto é necessário, levando em consideração diversos fatores, como as condições clínicas do paciente, a literatura médica disponível, os recursos materiais e humanos acessíveis ao profissional, entre outros aspectos.
2. Prevenção: a melhor defesa contra a responsabilização:
2.1. Ética profissional: a bússola norteadora:
A conduta ética é o pilar fundamental na prevenção do erro médico. O profissional deve sempre agir com honestidade, integridade e respeito ao paciente, zelando pela qualidade da assistência prestada e pelo bem-estar do indivíduo.
2.2. Comunicação clara e eficaz: construindo uma ponte de confiança:
A comunicação transparente e humanizada com o paciente é essencial para evitar mal-entendidos e prevenir conflitos. Esclarecer dúvidas, fornecer informações completas e precisas sobre o tratamento e seus riscos, e manter um diálogo aberto e receptivo são medidas fundamentais para construir uma relação de confiança entre médico e paciente.
2.3. Atualização profissional: a chave para a excelência:
Manter-se atualizado com as melhores práticas e avanços científicos é crucial para garantir a qualidade da assistência prestada. Participar de congressos e cursos, realizar pesquisas e buscar aperfeiçoamento contínuo são investimentos que contribuem para a excelência profissional e a segurança do paciente.
2.4. Documentação precisa: um registro fiel do cuidado:
O prontuário médico completo e preciso é um instrumento essencial para a defesa do profissional em caso de erro médico. Registrar detalhadamente todas as informações relevantes sobre o paciente, o tratamento realizado, as decisões tomadas e os resultados obtidos garante um registro fiel do cuidado prestado.
2.5. Gestão de riscos: minimizando os perigos da jornada:
A implementação de medidas de gestão de riscos no ambiente de trabalho contribui para a segurança do paciente e a prevenção de erros. Criar protocolos de atendimento, realizar treinamentos periódicos para a equipe e investir em tecnologias que auxiliam na tomada de decisões são medidas eficazes para minimizar os perigos da jornada médica.
2.6. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE): a importância de um documento bem elaborado:
O TCLE é um documento fundamental na relação médico-paciente, pois permite que o paciente, de forma livre e consciente, autorize o procedimento médico após ter sido devidamente informado sobre seus riscos e benefícios. Um TCLE bem elaborado deve conter informações claras e precisas sobre:
A natureza do procedimento;
Os riscos e benefícios do procedimento;
As alternativas ao procedimento;
As consequências de recusar o procedimento.
É importante que o paciente tenha tempo suficiente para ler e compreender o TCLE, e que tire todas as suas dúvidas com o médico antes de assiná-lo.
2.7. O dever informacional do médico:
O dever informacional do médico é um princípio fundamental da bioética e da relação médico-paciente. Esse dever implica em:
Informar o paciente sobre seu estado de saúde;
Esclarecer os riscos e benefícios dos procedimentos diagnósticos e terapêuticos;
Apresentar as alternativas de tratamento disponíveis;
Permitir que o paciente participe da tomada de decisões sobre sua saúde.
2.8. A importância da boa relação médico-paciente:
Uma boa relação médico-paciente é fundamental para reduzir os riscos de erro médico, pois:
Permite uma comunicação mais eficaz entre médico e paciente;
Favorece a confiança mútua;
Permite que o paciente se sinta mais à vontade para expressar suas dúvidas e preocupações;
Aumenta a adesão do paciente ao tratamento.
3. Responsabilidade civil: compreendendo os riscos e buscando proteção:
Em casos de erro médico, o profissional pode ser responsabilizado civilmente, o que significa que ele pode ser obrigado a reparar o dano causado ao paciente, seja por meio de pagamento de indenização por danos materiais (gastos com tratamento médico, medicamentos, etc.) ou por danos morais (dor, sofrimento, etc.).
3.1. A expertise de nosso escritório na busca por soluções justas:
Nossa equipe possui ampla experiência na defesa dos direitos dos profissionais da saúde, atuando de forma ética e diligente na busca por soluções justas em ações de indenização.
4. Responsabilidade criminal: navegando em águas perigosas:
Em situações mais graves, o erro médico pode configurar crime, como lesão corporal ou homicídio culposo. É importante ressaltar que a responsabilidade criminal é excepcional e exige a comprovação de dolo ou culpa grave por parte do profissional.
4.1. A importância da assessoria jurídica especializada:
Contar com o suporte de um advogado especializado em direito médico é fundamental para garantir a defesa adequada do profissional em caso de erro médico. O advogado poderá orientar sobre seus direitos, auxiliar na investigação do caso, acompanhar o processo judicial e buscar a melhor solução para cada situação.
5. Nosso escritório: seu porto seguro em meio às turbulências:
Somos comprometidos com a defesa dos profissionais da saúde, oferecendo um atendimento personalizado e técnico. Através de uma atuação ética e proativa, buscamos prevenir erros médicos, proteger os direitos dos profissionais e garantir soluções justas em todas as situações.
Ficou com alguma dúvida? Clique aqui e fale com um de nossos especialistas.
Ronaldo Fagundes - Advocacia Médica
Commentaires