Além do Papel: Fortalecendo a Relação Médico-Paciente para Prevenir Impasses Legais

Em nossa última publicação, discutimos a importância crucial do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) como salvaguarda legal e ética em nossas práticas médicas. Hoje, desejamos ir além e destacar que, embora o TCLE seja uma ferramenta fundamental, uma relação médico-paciente sólida é o alicerce que verdadeiramente minimiza a judicialização.

Relação médico-paciente

O TCLE, por si só, não é uma garantia absoluta contra ações judiciais. Ele é uma evidência documentada de que o paciente foi informado e consentiu para o tratamento proposto. No entanto, a maneira como essa informação é comunicada e a relação estabelecida com o paciente têm um impacto significativo na forma como ele percebe sua experiência médica.

Uma boa relação médico-paciente é construída em pilares de confiança, empatia e comunicação eficaz. Quando o paciente se sente ouvido, respeitado e envolvido nas decisões sobre sua saúde, a probabilidade de litígios diminui consideravelmente. A confiança mútua que se desenvolve cria um espaço onde as preocupações podem ser expressas, compreendidas e abordadas antes de se tornarem questões legais.

A comunicação é uma ferramenta poderosa nesse processo. Explicar de maneira clara e acessível os detalhes do tratamento proposto, bem como os riscos e benefícios envolvidos, é essencial para que o paciente tome decisões informadas. Além disso, estar disponível para responder a perguntas e fornecer orientações adicionais demonstra um compromisso genuíno com o bem-estar do paciente.

É importante ressaltar que, mesmo com todas as precauções, algumas situações podem levar à insatisfação do paciente. Nesses momentos, uma abordagem empática e proativa pode mitigar problemas antes que eles se transformem em processos legais. O paciente deve sentir que suas preocupações são levadas a sério e que há um esforço real para resolver a questão de forma justa e respeitosa.

Portanto, enquanto o TCLE é uma ferramenta essencial para proteção legal, não devemos negligenciar o poder de uma relação médico-paciente sólida. Comunicar-se com empatia, compartilhar informações de maneira compreensível e construir confiança são elementos fundamentais para criar um ambiente onde a judicialização seja a exceção, não a regra.

Unindo as salvaguardas legais com uma prática clínica centrada no paciente, podemos moldar um futuro onde a saúde e a justiça caminhem lado a lado.

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Ronaldo Fagundes - Advocacia Médica e da Saúde.